O ensino de Artes, muitas vezes limitado a uma aula semanal, vai além da teoria e busca conectar o aluno à realidade ao seu redor. Essa é a visão do professor Geraldo Júnior, que leciona a disciplina no Colégio Machado de Assis e defende que a arte está presente no dia a dia da cidade, mesmo que de forma despercebida.
Em uma entrevista, o professor explicou que utiliza exemplos locais para tornar o conteúdo mais relevante. Ele cita a Catedral de Picos, com seu estilo neogótico, uma releitura da arquitetura medieval, e os bustos em praças públicas, que remontam à arte da Roma Antiga. O educador também aponta as formas geométricas de praças, que têm traços da Land Art, e as poucas manifestações de grafite e painéis na cidade.
“Procuro fazer com que o aluno enxergue arte no local onde vive”, afirma Geraldo.
Para ele, a importância do ensino das Artes na atualidade é inegável. Citando o crítico de arte Ferreira Gullar, “a arte existe porque a realidade não nos basta”, Geraldo Júnior ressalta que a disciplina revela talentos, história e serve como uma poderosa linguagem de síntese. O professor exemplifica a tese com a Torre Eiffel, que além de ponto turístico, exalta os avanços da Revolução Industrial, e a tela “Operários” (1933) de Tarsila do Amaral, que retrata o fluxo imigratório em São Paulo na época.
O professor também destaca que o ensino de Artes valoriza o patrimônio imaterial. Expressões culturais como a procissão religiosa, o preparo da cajuína, o Bumba meu boi, as festas juninas e a missa do vaqueiro, entre outras, despertam no aluno um senso de pertencimento e a vontade de defender essas manifestações culturais e folclóricas.